Os servidores do Ministério da Cultura (MinC) e órgãos vinculados entraram em greve na terça-feira, 29 de abril, por tempo indeterminado. O movimento tem como principal reivindicação a reestruturação da carreira da Cultura, com foco na valorização dos profissionais e na criação de um plano de carreira há muito esperado pela categoria.
Nas atividades da greve, os servidores também denunciam a sobrecarga de trabalho, intensificada pela redução de 36,6% no quadro de pessoal entre 2014 e 2023, e a falta de diálogo por parte do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) que adiou diversas reuniões com a categoria.
Na quarta-feira, 30 de abril, uma comissão de servidores se reuniu com o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopes Feijó, para apresentar as razões da greve, o cenário de luta e todo o acúmulo que a Cultura tem em relação à negociação para a reestruturação da carreira. Feijó se comprometeu com a manutenção da agenda de reunião com o Secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso prevista para o dia 08 de maio, às 10 horas.
Atos do Dia do Trabalhador
Os servidores da Cultura também participaram dos atos pelo país, no Rio de Janeiro os Trabalhadores se reuniram nas escadarias da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, com presença de um número expressivo de servidores federais da Cultura. O foco da manifestação foi a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6 por 1, o movimento da Cultura foi citado por alguns dos movimentos de trabalhadores, com apoio à greve.
Em Brasília o ato político e cultural foi organizado por oito centrais sindicais, e ocupou os gramados do Eixão do Lazer, perto do centro da cidade.
O site “Camaçari Agora” noticiou a greve na Bahia, onde estão parados os escritórios técnicos de Salvador, Cachoeira, Porto Seguro e Lençóis do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
No Rio Grande do Norte a servidora do Iphan Fernanda de Matos falou ao jornal “Novo Notícias: “O Brasil vive hoje um dos momentos de maior expansão de políticas culturais em décadas, mas com o mesmo corpo técnico esvaziado e sobrecarregado de sempre. Não há política pública duradoura sem servidor público valorizado. Como se investem bilhões nas políticas, mas não em suas estruturas executoras?”
Em Manaus os grevistas da Cultura fizeram uso da palavra e expressaram “É Greve por que é Grave”, narrando o abando da estrutura que apoia a Cultura, um setor que gera 3% do PIB brasileiro.
No dia 2 de maio, os servires do Rio de Janeiro realizaram mais um ato diante do Museu do Folclore, no Catete.
Agenda de mobilização
Segunda | 05/05
- 14h30: Assembleia DF no Ibram
Terça-feira | 06/05
- 10h: Assembleia Fundação Cultural Palmares
- 10h: Encontro no Teatro Glauce Rocha (RJ)
- 15h: Assembleia Nacional Online
Quarta-feira | 07/05
- 16h: Audiência pública na Câmara dos Deputados (DF)
Quinta-feira | 08/05
- 10h: Reunião com o secretário de Gestão de Pessoas do MGI (DF)
- À tarde: Assembleia no MinC (DF)
- Ida ao Museu Imperial de Petrópolis (RJ)
Sexta-feira | 09/05
- 18h: Ação no Teatro Glauce Rocha (RJ)